Na sexta-feira dia 27 de maio, noventa e seis jovens da Escola Municipal Marília de Dirceu, através da articulação com o Bairro Educador, receberam o Projeto Fala Tu (roda de conversa para identificação de demandas dos jovens desse território) promovido pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Cantagalo Pavão-Pavãozinho.
O objetivo desse projeto é saber a opinião dos jovens sobre a Segurança Pública e, em particular, sobre o trabalho dos policiais da UPP do Cantagalo. Durante o bate papo surgiram questionamentos sobre a conduta policial e questões como: policiais homens podem revistar meninas? Ou como é a revista adequada?, E podemos denunciar policiais que não tem boa conduta?.
A equipe do Bairro Educador colheu alguns depoimentos dos participantes, entre estudantes e policiais, que seguem abaixo:
“Muito bom ver a polícia aqui ouvindo meu depoimento e sabendo que eu sou uma pessoa de bem, porque a abordagem é muito diferente agora. Tanto na escola quanto na comunidade inteira existem pessoas de bem. Ser policial agora pode ser uma escolha boa e segura para poder ajudar o próximo. Eu posso pensar em ser policial um dia”, contou o aluno Lucas, de 16 anos do 9º ano.
Os policiais esclareceram todas as questões e disseram que para eles a boa conduta de um policial é o eixo norteador do trabalho. Os alunos puderam anotar o telefone da UPP para ter contato direto com o capitão.
Dois policiais também deram seus depoimentos:
“Em todas as profissões existe gente que não age com a conduta adequada, quero lembrar que essa é a minoria. Mas ela existe. Eu também já passei por isso. Uma semana antes de tomar posse na policia, eu e meu pai passamos numa blitz. Aconteceu um fato inconveniente que me fez repensar nessa escolha de me tornar um policial. Aí meu pai me disse: Meu filho entre para a polícia e faça a diferença!. Eu tenho muito orgulho de trabalhar em uma nova polícia”, afirmou o soldado policial da UPP PPG.
“Eu sou uma policial mulher e também tenho muito orgulho de trabalhar em uma nova polícia”, contou a policial da UPP PPG.
“Para mim é um orgulho estar na Escola Marília de Dirceu palestrando. Eu estudei nessa escola muitos anos e estar aqui é um orgulho para mim. Também morei em comunidade e sei como era, mas, nós estamos aqui hoje, conversando abertamente com vocês. Esta é uma nova polícia, e segurança pública é um dever de todos nós, principalmente de vocês que são jovens, por isso conversem, opinem, denunciem e vamos construir juntos a polícia que queremos”, disse outro soldado da UPP PPG.
Em uma roda descontraída, o Fala Tu, é uma ferramenta reivindicatória e de intervenção efetiva rumo à construção de novas perspectivas de atuação da Policia Militar na comunidade. Assim os jovens esclarecem dúvidas sobre revista, falam da ausência dos espaços públicos de cultura. Ao longo da conversa, quando passaram a se sentir mais a vontade, levantaram questões sobre a profissão de policial: como eu faço para entrar na polícia? Ou quais as situações mais complicadas que vocês já viveram?.
O Fala Tu tem se mostrado interessante, pois aproxima os jovens do projeto de segurança do Cantagalo Pavão-Pavãozinho e após o receio inicial, a conversa mostrou-se descontraída, finalizada através da pergunta feita por uma aluna do 9º ano: “vocês podem voltar?”
O Bairro Educador parabeniza o Projeto Fala Tu por reconhecer a importância da opinião dos jovens e pela construção coletiva de cidadania e parabeniza também o empenho da Escola Municipal Marília de Dirceu na Trilha Educativa “É meu direito ter direitos”. Reconhecemos que a escola, ao promover essa iniciativa, surge também como um espaço de interação entre alunos e agentes da segurança pública.
A estudante Karen Nicol, 15 anos da turma 1901 concedeu uma entrevista ao Bairro Educador:
BE: O que melhorou com a UPP?
Karen: Melhorou muita coisa, mas ainda tem muita coisa para melhorar. Só que agora eu sei que, por exemplo, não são todos os policiais que batem nas pessoas.
BE: Qual a importância desse encontro de hoje? Ele mudou a sua visão sobre esse tipo de trabalho?
Karen: Foi muito maneiro. Os meninos são os mais preconceituosos com os policiais e hoje eles se abriram para contar o que eles passaram e viram que a polícia também pode ser amiga da gente. Os policiais explicaram sobre a revista policial e perguntaram sobre drogas, abuso, roubo e comportamento de todos.
BE: Como é ver uma mulher trabalhando como policial?
Karen: Acho que ela é muito corajosa e tem muita força de vontade para entrar em um lugar que ela não está acostumada. Antes a mulher não podia fazer nada, hoje é emocionante ver que ela pode até ser policial.
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