A COMUNIDADE A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Bandeira do Bem

O Dia da Bandeira do CIEP Antoine Magarinos Torres Filho foi celebrado com um momento único e diferente. Através da iniciativa da diretora Lenita Vilela, alunos, professores, responsáveis e moradores do Borel, comemoraram o dia 19 de novembro na sede do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), localizado em Laranjeiras. O CIEP integra o projeto Bairro Educador e o programa Escolas do Amanhã, da Secretaria Municipal de Educação.


Estiveram presentes ao evento o Secretário Estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o Coronel PM Mário Sérgio de Brito Soares, o Comandante do BOPE, Tenente Coronel PM Paulo Henrique Azevedo Moraes, o Comandante da UPP Borel, o Capitão Bruno Amaral e outros convidados.

A solenidade começou às 10h com uma fala emocionada da diretora Lenita Vilela em agradecimento ao novo tempo de paz que vive a comunidade do Borel, fazendo alusão à Bandeira do Bem que trepida neste território desde a chegada do poder público.


O coral do CIEP se apresentou acompanhado pela banda da Polícia Militar, ao som de ritmos brasileiros como o forró, baião e repente, além da musica "Na saída do Beco", composta especialmente para a comemoração. Ao final, o Hino da Bandeira foi cantado e aplaudido com entusiasmo pelos que assistiam. 

Segue a letra, composta pelos alunos das Professoras Sheila Mara e Maria de Fátima, durante a aula de musica do Prof. Guilherme. O texto representa um novo tempo de paz no Borel.


NA SAÍDA DO BECO
Autores: Augusto Henrique de Melo Bezerra, Carlos Eduardo da Silva, João Pedro Moreira Tavares Maia e Raquel Santiago da Silva

O MEU BECO É SEM SAÍDA
MORO NO FINAL DO BECO                
BARRANCO COM POLÍCIA
MORO NO FINAL DO BECO

PADEIRO, VENDEDOR DE PORTA EM PORTA
FESTA JUNINA BOA                                                 
É DA RUA NOVA

NEM TODAS AS CASAS
TEM NÚMERO
NO BECO E NO BICÃO                                                
HOJE, A GENTE JÁ PODE
BRINCAR DE POLÍCIA E LADRÃO

O MEU BECO É SEM SAÍDA
MORO NO FINAL DO BECO                
BARRANCO COM POLÍCIA
MORO NO FINAL DO BECO

PÃO DO SOUZA
ENCHE A BARRIGA COMO O QUÊ
É GOSTOSO, VEM QUENTINHO
TORRADINHO PRA VOCÊ

E O VIZINHO AGRADECE
AO CARTEIRO QUE É O ALEX
ENQUANTO A MOLECADA APRONTA
ENQUANTO A MOLECADA APRONTA

O MEU BECO É SEM SAÍDA
MORO NO FINAL DO BECO                
BARRANCO COM POLÍCIA
MORO NO FINAL DO BECO

NA QUADRA  FUTEBOL,
NA CHACARA O CÉU,                          
BICÃO  É LÁ EM CIMA
ASSIM É O BOREL

 Entrevistando!

Nosso Gestor de Projetos, Thiago Sobral, colheu depoimentos das Professoras Renata de Cássia, Alessandra Aguiar e do responsável Nilton, presentes no evento.

"O dia de hoje representou uma nova visão da policia, pois antes da pacificação as crianças queriam ser bandidos. A visão era que o BOPE era mal, as crianças morriam de medo do caveirão. Hoje foi importante para quebrar essa idéia de que a policia representava o mal. Hoje em dia as crianças não se inspiram mais nos bandidos, e sim nos policiais. Elas querem ser policia e não bandido. Além disso, a pacificação está trazendo oportunidades que não existiam, agora esta tendo mais acesso a cultura, como por exemplo o cine tela Brasil que foi para escola. Agora o Professor pode planejar sua aula com calma sem ter medo de a qualquer momento ter que se esconder de um tiroteio. A letra da musica que as crianças cantaram hoje no Bope representa exatamente isso. A música diz que eles agora podem brincar até mais tarde na rua e que saíram de um beco. A repercussão dessas ações na educação está sendo enorme. Eles estão melhorando as notas. O desenvolvimento em geral é melhor. Enfim. O Importante que os valores estavam invertidos e as coisas agora estão voltando ao normal", afirmou Renata de Cássia.

O Sr. Nilton, pai da aluna Adriele, que canta no coral do CIEP, falou com animação sobre o momento de paz que a comunidade vem vivendo e o reflexo deste movimento na educação dos jovens.

"Antes, situação de tiroteio, ter que ficar deitado no chão por causa de tiroteio, muitas vezes não tinha aula por causa disso.. A minha filha gosta de cantar, queria que tivesse mais projetos que mostrassem novos caminhos. É preciso que os pais acreditem na mudança, pois ainda há um certo receio e medo que as coisas não dêem certo. As crianças não vão passar pelo que a gente passou. E isso é muito bom!"



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