A COMUNIDADE A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO


terça-feira, 10 de julho de 2012

Brasil, um país de muitas raças

Racismo, cultura africana e valores civilizatórios afro-brasileiros, foram um dos temas abordados na culminância da trilha educativa : “Igualdade racial (Lei: 10.639/2003): Mistura de gente”, realizada na segunda-feira, 09 de julho, na Escola Municipal Espírito Santo, unidade escolar pertencente ao BE Cavalcante. O evento teve como objetivo trabalhar de uma forma lúdica o valor da diversidade racial e da herança cultural herdada da matriz africana na sociedade.

A abertura do evento se deu a partir da exposição: “Nós, visitando um pouquinho da África”, onde foram apresentados cartazes sobre cultura africana, produzidos pelos  estudantes do 5º ano e fotografias que traziam os negros como principais personagens na história da cultura afrobrasileira.

Estudantes observando o mapa da África


Algumas estudantes foram sorteadas para participarem da oficina de trança nagô, executada pela trançadeira Ilma Gonçalves, parceira do Bairro Educador e proprietária do Salão Rocha Inabalável. Em um bate papo com os estudantes, Ilma falou um pouco de sua trajetória de vida e sobre as dificuldades que enfrenta contra o preconceito, presente até mesmo no próprio local de trabalho.

Ilma trançando o cabelo da estudante

Para Telma Martins, professora do 5º ano, a trilha educativa além de trabalhar a questão racial, também aborda temas como bullying e outros tipos de preconceitos. Além disso, ressaltou que o Bairro Educador trouxe novas ideias para a execução do trabalho, pois a culminância vai de encontro ao Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola.

Ana Cristina Souza   (gestora de núcleo), Aline Alves (gestora de projetos) BE, Professora Telma 

“Os alunos agora sabem identificar o que é o racismo. Eles conseguiram entender que somos todos iguais, independente de raça ou classe social. Alguns alunos contaram que transmitiram para os amigos e familiares todo o conhecimento adquirido com a trilha”.

Algumas palavras existentes no vocabulário do povo brasileiro são de origem africana. Isso foi mostrado em um jogo de bingo, aplicado durante o evento, onde os estudantes foram estimulados a lembrar o significado de cada expressão africana, utilizada pela maioria dos brasileiros.

Alunas jogando o bingo de palavras de origem africana

O atleta Adhemar Ferreira da Silva, o escritor Machado de Assis, a poetiza Auta de Souza, Tia Ciata e a compositora Chiquinha Gonzaga, foram algumas das personalidades negras brasileiras, representadas pelos estudantes em um desfile intitulado como: “Nós, heróis da nossa gente”.

Alunos representando os heróis negros brasileiros

Segundo o estudante do 5º ano, Andrew Oliveira, através dessas atividades ele ampliou o conhecimento a respeito das danças e músicas africanas, que têm enorme influência no Brasil.

Andrew se caracterizou como Adhemar Ferreira

“Aprendi que os africanos juntaram as danças típicas e quando vieram para o Brasil trouxeram essas danças e outras novidades para dar origem a algumas músicas brasileiras, como por exemplo o samba”.

Luciano Cerqueira, gerente de pesquisa do projeto Bairro Educador e ex coordenador da campanha: “Onde você guarda o seu racismo?” ministrou uma palestra sobre igualdade racial, e também falou sobre todos os tipos de preconceitos presentes no cotidiano de cada estudante. Os alunos interagiram com o palestrante e tiraram dúvidas sobre discriminação racial, além de citarem exemplos de preconceitos sofridos pelos mesmos, e que os próprios já presenciaram dentro e fora da unidade escolar.

Palestra sobre preconceito

O compositor e gestor de projetos do Bairro Educador, Carlos Carvalho, ministrou a oficina de musicalização, a qual trabalhou o funk, ritmo que nasceu dentro das comunidades cariocas. Os estudantes formaram uma roda e juntos cantaram o funk: “Negros brasileiros”, onde a letra ressalta a importância de valorizar a igualdade racial no mundo.

Alunos lendo a letra do funk "Negros brasileiros"

Marcos Holanda, diretor da Escola Municipal Espírito Santo, elogiou o trabalho do Bairro Educador feito com os estudantes e com o corpo docente da unidade escolar.


“O Bairro Educador veio para somar e trazer um aprendizado que vai além da sala de aula. O projeto interage muito bem com os alunos e professores, além de auxiliar no trabalho executado pela comunidade escolar, fortalecendo o conteúdo pedagógico a ser transmitido para os alunos.”

Lei: 10.639/2003 - estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.

Por Ana Paula Santana


Um comentário:

  1. Muito interessante a matéria! Parabéns Ana Paula Santana.

    ResponderExcluir