A COMUNIDADE A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Bairro Educador participa de seminário de educação


No último dia 16 de outubro, ocorreu a abertura do I Seminário Regional de Comunicação Comunitária na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro-PUC Rio. Jornalistas, professores, alunos de comunicação e comunicadores comunitários de toda a região Sudeste foram convidados para participar do evento que aconteceu até o dia 19 e discutiu a situação dos atuais meios de comunicação comunitária. 

Alguns temas como o direito à comunicação; a parcialidade dos meios da chamada "grande imprensa"; a comunicação como um direito humano; o voluntariado; a sustentabilidade; a publicidade; a cidadania; a cultura alternativa; dentre diversos outros assuntos foram debatidos durantes os quatro dias. 

O diferencial do seminário é que não apenas os grandes pensadores da comunicação comunitária estiveram nas mesas contando as suas experiências, mas também comunicadores que fazem este movimento acontecer.

O Bairro Educador esteve prestigiando a abertura do evento com as representações dos Gestores: Carmen Rosane Costa, de Realengo; Sarah Cardoso, do Bispo; Marcelly Pereira, do Caju; Philippe Valentim, do  Santo Cristo/ Jacarezinho e Roberto Lobo da Grande Tijuca e Lins. Houve ainda a presença da estudante Ashilley Alves, do 9º ano da Escola Municipal Francisco Cabrita (BE Bispo) e integrante do Núcleo de Comunicação da escola.

A estudante entrevistou a professora Patrícia Saldanha (UFF), pedindo dicas para melhorar a atuação na escola e no bairro: 

Ashilley- Como você acha que as ferramentas que utilizamos (jornal mural, blog, Facebook, etc.) podem facilitar a aprendizagem dos alunos?

Patrícia- Se o aluno aprender a técnica, pouca coisa, entretanto se a partir do aprendizado da técnica ele começar a ver sentido no que ele faz e não só para ele, mas para o entorno dele, isso pode melhorar em muita coisa.

Ashilley- Como você avalia nossa experiência contribuindo para uma gestão escolar mais democrática?

Patrícia- Não conheço a experiência, apenas o que você está me contando, eu teria que ir lá ver e dar o meu parecer, que será sempre muito aquém do que realmente é, pois eu acredito que qualquer iniciativa de comunicação, aliás qualquer iniciativa de vida, não deve parar no "ser", mas "no que pode vir a ser". Então se, por exemplo, um grupo de alunos de uma determinada região para de ir à escola e o jornal mural não noticia isso? Você não sabe se é porque faltou ônibus, ou se aconteceu um acidente na estrada. Ou seja, qual é a vinculação desses meios de comunicação com os alunos e com o entorno? Se o jornal escreve sobre as causas que levaram os alunos a faltar as aulas posso fazer uma avaliação positiva pelo que você está me contando, se isso não acontece, para na técnica, para "naquilo que é" e não "naquilo que pode vir a ser".      

Ashilley- Você acha que a comunicação comunitária não tem nenhuma relação com a educomunicação? A comunicação da escola não pode ser entendida como da comunidade?

Patrícia- Existe um diálogo sim, o conceito de educomunicação nasce em torno dos anos 2000 com Osmar Oliveira Soares, eu estava na sala começando minha vida acadêmica quando ele sugeriu a junção da educação com a comunicação. Acredito que a comunicação comunitária tem que ter um diálogo pontual. O Osmar fez um trabalho belíssimo na periferia de São Paulo com mais de 400 escolas públicas, construindo estações de rádio. Acho que a comunicação comunitária tem tudo a ver com a educomunicação sim, isso é tão serio que até virou faculdade reconhecida pelo MEC. Mas você só consegue ver a comunicação comunitária acontecendo se ela estiver totalmente vinculada à questão da educação. A comunicação comunitária não para só no âmbito escolar ou acadêmico ela também dialoga com os movimentos sociais, essa é a grande pegada que diferencia a característica de cada uma, e diálogo é fundamental e estruturante para as duas e alimenta uma possibilidade de enriquecimento para as duas.

Por Roberto Lobo

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