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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CIEP resgata a influência da cultura africana no Brasil


A história e influência da cultura africana nas tradições e costumes do povo brasileiro foram conteúdos trabalhados durante a culminância do projeto “Unindo o Adão e a África pelo mar da imaginação”, realizada na sexta feira, 23, no CIEP Dr. Adão Pereira Nunes, integrante do BE Irajá. O objetivo deste trabalho foi mostrar aos estudantes que o samba, a capoeira, o candomblé, a feijoada, entre outros costumes, são heranças que os povos africanos trouxeram para o Brasil durante a escravidão.

Acessórios da cultura africana

A ideia de trabalhar a cultura africana surgiu a partir de um pedido dos estudantes, que tinham interesse em aprofundar os conhecimentos sobre a cultura africana. A professora Cláudia Marques com o apoio do Bairro Educador, atendeu a solicitação da turma, e decidiu trabalhar este conteúdo, que  serviu de inspiração para o Projeto Político Pedagógico (PPP) do CIEP em 2013, que será calcado no tema: identidade cultural e no 4 Bimestre será sobre a África.

Palestrantes, diretora e professoras do CIEP

Para a estudante do 5º ano, Karoline Oliveira, há uma grande diversidade cultural no continente africano e através das pesquisas que fez, percebeu que nos países não há somente pobreza e sofrimento.

Karoline Oliveira representando Princesa Isabel em espetáculo teatral

“Aprendi que na África não tem só sofrimento e guerra, lá existe um povo feliz e uma cultura muito rica e bonita. Quero aprender a língua africana, para depois poder viajar e conhecer vários países da África”, concluiu Karoline.

A culminância contou com um workshop de trança nagô, uma peça teatral encenada pelos próprios estudantes do CIEP (que contaram a história da libertação dos escravos no Brasil), apresentação de danças africanas com os estudantes do CIEP Antonio Candeia Filho (unidade escolar integrante do BE Acari), palestra sobre cultura e costumes africanos, a exposição “Um pedaço da África”, uma apresentação do projeto “Samba menino”, que utiliza a música para contar a história do samba de uma forma lúdica, além de outras atividades.

Workshop de trança nagô com a trançadeira Ilma Gonçalves

O professor universitário e diretor da Escola de Negócios da Faculdade São José, Koffi Djima Amouzou, nascido em Togo, na África, veio para o Brasil em 1997. Ele foi convidado pelo BE para falar sobre tradições e costumes africanos para os estudantes.

Djima explicou que em alguns países africanos a escolha dos nomes é feita de acordo com o dia da semana, a hora e a condição do tempo em que a criança nasce. Os estudantes interagiram com o palestrante e aprenderam que nomes teriam se tivessem nascido em Togo, por exemplo.

Koffi Djima ressaltou a importância da aplicação da lei na rede de ensino do Brasil.

Djima explicando a origem dos nomes aficanos para os estudantes

“A obrigatoriedade da cultura africana no currículo escolar ajuda os alunos a conhecerem melhor as raízes dessa cultura que está integrada à cultura brasileira, fortalecendo a integração entre Brasil e África. Falei bastante sobre obediência e respeito, que são elementos importantes para facilitar o aprendizado deles sobre os costumes africanos”, ressaltou Djima.

Estudantes que fizeram uma apresentação de dança frevo

O BE também convidou o estudante africano, Abbé Tossa para um bate papo com os alunos. Nascido em Benin, país localizado a oeste do continente africano, Tossa, que também é descendente de família real, ganhou do governo africano uma bolsa para vir ao Brasil para estudar língua portuguesa na UFRJ e propagar sua cultura pelo país. Ele falou sobre a importância dos estudos e destacou que através da educação é possível diminuir o preconceito que as pessoas têm com relação a África e com os negros.

Tossa e estudante do CIEP

“Acho que esse trabalho vai ajudar os alunos a mudarem a concepção que eles têm sobre a África, criados a partir de alguns estereótipos criados pelos meios de comunicação sobre o continente”, disse Tossa.

Estudantes tocando o ritmo do samba

De acordo com Ademilda da Silva, diretora do CIEP, a parceria com o BE satisfaz os anseios da escola, pois o projeto proporciona conhecimento de uma forma interativa com os estudantes. Para ela trabalhar a cultura africana foi algo enriquecedor para os alunos, que têm “sede de saber”.

Os africanos Abbé Tossa e Koffi Djima e a diretora do CIEP

“Foi ótimo realizarmos este evento em plena semana da Consciência Negra. Nosso objetivo, através dessas atividades foi trabalhar a questão do aluno ser crítico, mas com embasamento. O BE, através das parecrias, possibilita que os alunos saiam da comunidade local para participar de atividades culturais e outros eventos, ampliando o aprendizado deles”, ressaltou a diretora.

O palestrante Djima sugeriu à diretora que futuramente seja introduzido no CIEP um projeto que ensine os dialetos africanos aos estudantes interessados pela cultura africana.


Por Ana Paula Santana


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