Durante o mês
de setembro e outubro a Escola Municipal Olímpia do Couto, BE Irajá, em
parceria com o Museu do Folclore, desenvolveu diferentes atividades sobre Cultura
Popular, relacionadas ao projeto “Diversidade Cultural”, beneficiando cerca de 95
estudantes do 5o ano da unidade escolar.
Através destas
atividades, os estudantes puderam ampliar os seus conhecimentos ligados a
cultura popular, através de palestras sobre folclore, literatura de cordel e
oficina de xilogravura. Durante as atividades, os alunos descobriram que na
comunidade onde vivem, conhecida popularmente como comunidade do Amarelinho, existe
uma diversidade de elementos de cultura popular, bastante típica da comunidade,
mas que não eram reconhecidas. Exemplo disto são as gírias e ditos populares,
usadas pelos estudantes em seu dia a dia e que foram criadas pela comunidade e
repassadas oralmente pelos habitantes locais.
“Agora ninguém mais vai falar que onde eu
moro é sem cultura. Aprendi na palestra que cultura é tudo aquilo que o homem
produz e cultura popular é tudo aquilo criado pelo povo e passado de forma oral
para as outras pessoas. E isso tem aqui na comunidade! Exemplo disso é a
expressão “Tá de soci”, todo mundo que mora aqui (no Amarelinho) sabe o que
significa: a pessoa está tranquila, mas quem não mora aqui não entende”,
afirmou o estudante Eduardo Oliveira, da turma 1502.
Além de
resgatar as tradições da comunidade onde moram, os alunos puderam ampliar os
conceitos sobre folclore, que geralmente está ligado aos elementos clássicos,
tais como: lendas, parlendas, festas, o que é o que é, etc. O Museu do Folclore
forneceu o Projeto Mala e Cuia, que é uma espécie de biblioteca itinerante feita
para o universo escolar, como finalidade disponibilizar para a comunidade uma
fonte diversificada de pesquisa sobre cultura popular.
“Possibilitar que os estudantes possam
entender o folclore como algo relacionado não apenas a lendas, mas também a
cultura de um povo que vive em constante transformação, é também incentivar a preservação
da cultura popular e possibilitar a sua continuidade por gerações”, afirmou
Ana Treto, do setor de difusão cultural do Museu do Folclore.
“A oportunidade desses alunos descobrirem que
entendem muito mais que lendas e parlendas, mas sobre o folclore de uma forma
mais ampla e inclusiva, tem um valor inestimável. Conforme eles foram
percebendo que conheciam sobre os assuntos que foram abordados, mas não usavam
os termos adequados para classificar os seus saberes, a fisionomia e a postura
mudaram. Já que de meros expectadores da palestra passaram a ser protagonistas
do saber”, relembrou a professora Luciana Souza da turma 1503.
Valorizar o
conhecimento prévio dos estudantes é uma das formas de tornar a aprendizagem
significativa para eles. Para o Projeto Bairro Educador, possibilitar uma
atividade onde os estudantes sejam ativos durante todo o processo de aprendizagem
é contribuir para o aumento da curiosidade dos alunos, um dos fatores fundamentais
no interesse e busca pelo conhecimento.
“A parte que eu mais gostei foi fazer o
desenho no isopor. Fazer o desenho foi fácil, difícil vai ser criar um cordel
cheio de rimas e simetria de acordo com este desenho”, afirmavam os
estudantes ao final da oficina deisogravura.
A isogravura é
uma forma de reproduzir uma versão adaptada da xilogravura, que é uma ilustração
utilizando madeira muito usada na literatura de cordel, e a gestora de projetos
adaptou a técnica e usou a isogravura, uma técnica que utiliza gravura em
isopor para fazer as ilustrações, e não a madeira.
No último dia da
atividade sobre literatura de cordel, os estudantes foram presenteados com a
presença da Rita Bizarro, que foi cobrir a atividade para o blog da 5a
CRE no Rio Educa. Para a surpresa dos estudantes, a Rita além de fazer
cobertura para as matérias do blog é também escritora e cordelista. Os
estudantes quando souberam da notícia começaram a fazer perguntas sobre a vida
de escritora.
O Projeto
Bairro Educador parabeniza a unidade escolar pela iniciativa do desenvolvimento
do Projeto Diversidade Cultural, aos professores, a Rita Bizarro e estudantes
que participaram.
Por Ana Carolina Duarte
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