Texto e fotos: Juliana Nascimento e Leonardo Antunes
O BE Bangu, em parceria com o Centro Cultural A História Que Eu Conto (CCHC) apresentou no dia 04 de Agosto a peça O Jovem Guri para os Diretores, Coordenadores Pedagógicos, Professores e alunos do CIEP Maestrina Chiquinha Gonzaga, da Escola Municipal Edson Carneiro, da Escola Municipal Austragésilo de Athayde, além da equipe multidisciplinar do programa Saúde na Escola.
A atmosfera criada pelo espetáculo foi além do espaço delimitado para essa apresentação dentro do CCHC. A manifestação sobre esse espetáculo se percebeu ainda na preparação das turmas dentro do espaço escolar. A mobilização da Diretora Adjunta Mônica Borges, do CIEP Maestrina Chiquinha Gonzaga, da professora Juliana Ramos, da Escola Municipal Edson Carneiro, e do Gestor de Projetos (GP) do Bairro Educador, Leonardo Antunes para que todos os alunos de uma determinada turma fossem agregados na atividade, demonstrou o comprometimento e respeito para com essa manifestação cultural.
Um aluno, poucos minutos antes da saída de todos em direção ao CCHC, manifestou o desinteresse pelo evento. Com a articulação entre o Gestor do Bairro Educador e a professora, este mesmo aluno foi envolvido de tal maneira, que sua resistência inicial foi sanada e como resultado observamos que esse aluno foi um dos expectadores mais atentos ao espetáculo.
A plateia composta por adultos e crianças conseguiu dialogar de maneira única. O silêncio que todos fizeram durante a apresentação acometia para uma realidade que tocou a plateia de maneira a hipnotizar e agregar valores e costumes.
A professora Juliana Ramos da turma Acelera elogiou o espetáculo “.Gostei muito. Pretendo trabalhar em sala de aula tudo isso. A peça é instigante”, afirmou.
A Coordenadora Pedagógica Alba Gonçalves quando retornou para Escola Municipal Edson Carneiro, exibiu com orgulho as fotos que tirou de um dos seus ex-alunos, hoje integrante da equipe de atores da peça. Sua atitude demonstrou como os profissionais de educação possuem um comprometimento e desejo para que seus ex-alunos estejam realizados na vida. A felicidade estava estampada no seu rosto pelo fato de perceber o talento que um ex- aluno estava expressando. Alba manifestou ainda o desejo da apresentação da peça ser realizada para todos os alunos da escola. Para ela, a intensão é elaborar projetos que possam integrar o tema da peça com a realidade tão presente na vida dos alunos.
Relatar a atmosfera provocada pela peça em todos que compunham a plateia é entender que o ato de educar transcende os muros escolares e essa é uma realidade que podemos construir diariamente.
Saiba mais sobre nosso parceiro
O Centro Cultural A História Que Eu Conto (CCHC), é uma organização não governamental sem finalidades lucrativos, criada a partir do “Encontro de Sonhos” de três moradores da Comunidade de Vila Aliança: Samuel Muniz (Samuca), George Cleber (Binho) e Jeferson Cora (Jê). Depois de participarem de diversos projetos e iniciativa na sua maioria vinda de fora da Comunidade, os “três loucos” como eram considerados decidiram idealizar uma Instituição que surgisse como referencia de dentro da Comunidade, promovesse o acesso a Cultura, resgatasse o sentimento de pertencimento e principalmente evidenciasse a valorização histórica do Complexo de Vila Aliança e Senador Camará, exemplo: A Vila Aliança é o primeiro conjunto habitacional da América Latina, oriunda do processo remoções do governo Lacerda, 1960. Atualmente estima-se que existam aproximadamente 400 mil habitantes neste complexo e nunca houve um investimento nos segmentos culturais na região por parte do Governo.
Com um forte exemplo de superação do Samuca, que década de 80 esteve entre os criminosos mais procurados do RJ, ficou preso por sete anos, ainda na cadeia teve sua concepção mudada prometendo a Deus que utilizaria sua história de vida como exemplo para que outros adolescentes não se envolvessem com a criminalidade e se tornaria referência para aqueles que se encontrasse no sistema penal. Atualmente muitas outras histórias de superação se agregaram ao CCHC, criando uma grande engrenagem movimentada pelo amor e a vontade de desenvolver todo Complexo. Se no início eram apenas três loucos, hoje são 30 voluntários que se esforçam na busca por uma sociedade mais justa, uma melhor qualidade de vida da população e projetar os aspectos positivos dessas Comunidades para o Mundo.
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