O Bairro Educador chegou a Mangueira entre agosto e setembro de 2011, atuando em três escolas da região. Antes, porém, fizemos um mapeamento online e conferido pessoalmente para estarmos a par dos potenciais do bairro e conhecê-lo um pouco mais.
Em relação a sua história, podemos dizer que as terras da atual Mangueira ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, assim chamado pela inauguração do primeiro telégrafo aéreo do Brasil. Ali também foi instalada uma fábrica de chapéus que ficou sendo chamada de Fábrica das Mangueiras por conta destas árvores no entorno. A popularização do nome ocorreu e aumentou ainda mais com a instalação da estação de trem que também foi chamada de Mangueira.
A partir de 1920 e 1930, o morro se tornou reduto de sambistas, o que gerou o nascimento da tradicional Escola de Samba. Atualmente o bairro abriga o Centro de Pesquisas em Samba, reconhecido pelo IPHAN e chamado de Centro Cultural Cartola. Vale ressaltar que a efervescência cultural do bairro começada nestas décadas perdura até os dias de hoje.
Atualmente, encontramos também, a Sociedade Pestalozzi do Brasil, que faz acompanhamentos em vários segmentos, diversos ONGs - entre elas, a Associação Casa das Artes de Educação e Cultura e o Batuque na Favela -, a Fundação Centro de Ciência e Educação Superior à Distância Rio de Janeiro e etc. O bairro conta ainda com a proximidade dos bairros de São Cristóvão e Maracanã, o que possibilita o fácil acesso a recursos vizinhos.
As três unidades escolares com as quais estamos trabalhando se encontram em pontos diferentes do bairro. A Escola Municipal Humberto de Campos localiza-se na parte conhecida como “Buraco Quente”, a Escola Municipal Morro dos Telégrafos e a Escola Municipal José Moreira da Silva, ficam no Morro dos Telégrafos, porém em pontos distintos e distantes. Enquanto a primeira, localiza-se na parte inferior, a segunda esta bem mais acima.
Em relação ao histórico das mesmas e sua relação com o bairro também temos três histórias diferentes a contar. A Escola Municipal Humberto de Campos, foi inaugurada pelo prefeito Pedro Ernesto, em 1936, e foi à primeira escola pública construída em uma favela do Rio de Janeiro. O que foi considerado sinal de prestígio dos sambistas e da comunidade da Mangueira junto aos administradores da cidade. Tanto que na mesma, também estiveram presentes moradores ilustres como Carlos Cachaça, Cartola, Dona Neuma e etc.
A Escola Municipal Morro dos Telégrafos foi fundada em 18 de julho de 1986 por conta de um Projeto Especial de Educação da Secretaria Municipal de Educação para o atendimento a crianças de 3 a 5 anos de idade, cujos responsáveis comprovassem que realmente trabalhassem fora.
A Escola Municipal José Moreira da Silva, foi inaugurada em 10 de novembro de 1986 e começou a funcionar efetivamente com alunos e professores, em fevereiro de 1987. Localizada na parte mais alta do Morro dos Telégrafos conhecida como “Pindura Saia”, termo originário da época em que os escravos lavavam e penduravam as roupas por ali e também, onde foi instalada, anos mais tarde a primeira estação de telegrafia – meio de comunicação da época do Brasil Império.
Esta é a única escola de construção pré-fabricada denominada “lelé” com a qual estamos trabalhando no bairro da Mangueira. Construída pela Fábrica das Escolas e projetada para uma durabilidade de dez anos, mas já esta em plena atividade a vinte e três e por isso, a manutenção e reparos da unidade escolar estão inseridos no planejamento de conservação. A mesma é bem procurada por sua localização geográfica dentro da comunidade, o que para os responsáveis é um fator facilitador de acesso e permanência do aluno na mesma; também atende crianças da Educação Infantil e dos primeiros anos do primeiro ciclo de formação.
Agradecemos as respectivas diretoras e ao corpo das escolas como um todo pelo acolhimento carinhoso e pela disponibilização do material para a produção da matéria.
Por Priscila Babo, Gestora de Projeto do Bairro Educador Mangueira
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