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quarta-feira, 21 de março de 2012

Conversando sobre racismo na escola

Nesta quarta feira, 21/03, a Escola Municipal Olímpia do Couto, pertencente ao Bairro Educador Irajá, comemorou o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Os estudantes assistiram a um vídeo que explicou a origem do penteado de trança nagô e esclareceram diversas dúvidas referentes à cultura africana. Eles espalharam pela sala de aula cartazes com mensagens de combate ao racismo, escritas pelos próprios. O objetivo da ação foi avaliar o que os estudantes pensam sobre a questão da discriminação.

Através de uma articulação do Bairro Educador e da professora Glória Mendes, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto o ator Douglas Silva (protagonista Acerola, do filme Cidade dos Homens) e também participaram da oficina de trança, ministrada pela trançadeira Ilma Gonçalves, proprietária do Salão Rocha Inabalável, em Costa Barros.
Técnico do Programa Saúde nas Escolas, Ilma Gonçalves, Douglas Silva e Glória Mendes

Ilma, parceira do Bairro Educador, explicou para os estudantes a sua trajetória de vida e algumas técnicas que ela utiliza para trançar o cabelo das (os) clientes. Segundo ela as escolas deveriam abrir um espaço para que fosse implementado um curso, com o qual os estudantes aprendessem a fazer trança nagô.

Deveria ser lançado nas escolas um curso profissionalizante de trançadeira, porque este também é um tipo de profissão. Os estudantes também podem aprender um pouco sobre a cultura africana, através desta ação. Além disso essa iniciativa pode gerar uma fonte de renda extra para a família dessas crianças e jovens - ressaltou Ilma.
O ator Douglas Silva deu depoimentos sobre sua história de vida, as dificuldades e preconceito enfrentados durante a adolescência, e contou como chegou à carreira de ator. Os estudantes interagiram e fizeram diversas perguntas a respeito da carreira de Douglas.

De acordo com o ator, tanto os negros, quanto a população de baixa renda sofrem um tipo de exclusão por parte da sociedade.
Não são só os negros que sofrem discriminação, o pobre também passa por este tipo de preconceito. Quando protagonizei o seriado Cidade de Deus, um dos principais motivos de algumas pessoas não me aceitarem foi pelo fato de eu ser pobre e não pelo motivo de ser negro – disse o ator.

Douglas agradeceu o convite e deixou uma mensagem para os estudantes, declarando que o estudo é importante, principalmente para aqueles que querem almejar um futuro promissor.
Se nós temos um sonho, devemos fazer todo o possível para que ele se realize, temos que buscar e não desistir dos nossos ideais. O estudo faz com que todos nós tenhamos força de vontade para crescer na vida – comentou Douglas.

A professora Glória Mendes revelou que a visita de Douglas à escola serviu para mostrar aos estudantes que eles não devem desistir de seus objetivos, independente de classe social, ou raça. Além disso ela também explicou que a atividade trabalhada durante o evento serviu para esclarecer para os estudantes a importância deles saberem reconhecer o que é discriminação.
A princípio os alunos estão se apropriando do termo raça. Alguns ainda não sabem identificar o que é discriminação. O trabalho interdisciplinar desenvolvido junto ao Bairro Educador é feito de uma forma lúdica e criativa – disse a professora.
Alunas, Ilma Gonçalves e Professora Glória Mendes

Glória Mendes agradeceu a parceria com o Bairro Educador, que a ajudou a desenvolver a atividade.

O Bairro Educador consegue trabalhar a diversidade nas escolas, revelando também a verdadeira identidade de cada unidade escolar - relatou Glória.
A estudante da 4ª série, Ághata Santos, participou da oficina de trança e comentou que com o evento, conseguiu aprender muitas coisas sobre a cultura da África.

Aprendi que racismo é um crime e que todo mundo é igual  - disse a estudante.
Segundo a diretora Kátia Gomes a iniciativa de promover este tipo de evento na escola foi ótima.
A professora Glória já vem trabalhando a um tempo com os alunos a questão da cultura africana. O Dia Internacional do combate ao racismo, serviu como um gancho para a promoção da atividade. Os alunos ficaram satisfeitos com todo o trabalho realizado em sala de aula e também puderam aprimorar seus conhecimentos – ressaltou a diretora.

 Por Ana Paula Santana


2 comentários:

  1. Parabéns!!!!!
    Excelente matéria sobre um assunto não muito citado hoje em dia!!

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  2. Show de bola!!!!. Pena que eu não estava lá nessa época. Esse assunto é muito importante e precisa ser trabalhado nas Escolas com bastante frequência. Parabéns a todos!!!!!!!!!!

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