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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Oficina de grafite resgata e valoriza criatividade dos estudantes

Os grafiteiros Airá Iluaiê de Almeida (O Crespo), Ricardo Rilo (Coé) e Rafael Araujo (Fael), realizaram na quinta feira, dia 13, a 2ª edição da oficina de grafite para os estudantes do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Eurico Sales, unidade escolar integrante do Bairro Educador Engenho da Rainha. A ação que é fruto de uma parceria entre o MetrôRio, Sesc de Madureira e o BE visa resgatar os valores da arte urbana, através do grafite, forma de expressão artística que faz parte da realidade local da maioria destes jovens.

O MetrôRio, com o objetivo de coibir as pichações e  estimular o grafite como arte urbana que mais cresce na cidade, lançou na quarta feira, dia 12 de setembro, a Copa Grafite, concurso cultural que selecionou equipes de grafiteiros cariocas que irão pintar os muros do entorno de 15 estações da Linha 2 do metrô e que a partir da pintura será contada a história de cada bairro das estações selecionadas. 

O Crespo explicando para os estudantes a origem do grafite

De acordo com Eliza Santos, gerente de marketing e comunicação do MetroRio, a parceria com o Bairro Educador, proporcionou que os grafiteiros realizassem quatro oficinas nas escolas da rede pública de ensino. No decorrer da ação os estudantes participantes das oficinas poderão se inscrever para participarem da Copa Grafite. Eliza ressaltou a importância da ação dentro das escolas.

“A oficina faz com que os alunos percebam a diferença entre pichação e grafite. O grafite conta a história da arte de rua e destaca as manifestações artísticas que decorrem o espaço urbano”, ressaltou Eliza.


Eliza Santos (blusa preta) e estudantes mostrando o resultado das oficinas de grafite

Durante a oficina os estudantes aprenderam algumas técnicas utilizadas na construção de letras artísticas e fizeram um exercício, onde cada um escolheu seu próprio apelido, ou uma palavra que se relacionasse com a escola e reproduziram as letras no estilo grafite. A escola passou por um concurso no qual todos os estudantes, através de uma votação, selecionaram desenhos de 34 alunos, que a partir dessa seleção foram escolhidos para participarem das oficinas de grafite.

Grafiteiro Fael ensinando os estudantes algumas técnicas do grafite

A diretora Luciana da Costa explicou que pelo fato de os estudantes terem o hábito de pichar os muros da escola, a oficina serviu de exemplo para que eles se conscientizassem que aquela atitude era ilegal e que a criatividade deles pode ser explorada de forma positiva, contribuindo para melhorar a qualidade do espaço escolar.

Diretora Luciana Costa e diretora adjunta Ana Maria Jacó

“A proposta do BE é agregar valores e conhecimentos, e através disso trazer atividades que dialoguem com as necessidades da escola. A oficina trabalhou a criatividade destes estudantes, revertendo isso para o bem, pois antes eles eram reprimidos por picharem os muros da escola, hoje eles são valorizados por pintarem os muros de forma artística presente na cultura do grafite”, afirmou a diretora.

Grafiteiro há oito anos, Ricardo Rilo, conhecido artisticamente como Coé, destacou que a linguagem direta do grafite se comunica muito bem com os estudantes, pois é uma arte que desempenha a função de resgatar e valorizar a comunidade local em que eles vivem.

Grafiteiro Coé e estudantes mostrando seus grafites

“A oficina de grafite aumenta a autoestima dos estudantes, os incentivando a superarem seus próprios limites”, disse o grafiteiro.

No término das oficinas, os estudantes com o auxílio dos artistas grafitam os muros da escola com palavras, escolhidas pelos mesmos, que mais se identificam com a relação entre a escola e a comunidade. Apaixonada por desenhar a estudante do 7º ano, Diana Almeida, comentou que a oficina a ajudou a aperfeiçoar seus desenhos.


“Além de aprender a melhorar os traços dos meus desenhos, me conscientizei de que há uma grande diferença entre pichação e grafite e aprendi toda a história da cultura urbana. Adorei tudo!”,  disse a estudante.

A professora de artes visuais, Elizabete Nunes, ressaltou que a partir da oficina, os estudantes começaram a dar uma maior importância à arte, e essa iniciativa contribuiu para melhorar o comportamento deles em sala de aula.


“Quando os alunos fazem algum desenho, eles adquirem uma postura mais artística. A oficina faz com que eles se interessem mais sobre a história da arte, alcançando assim um maior conhecimento e com isso as aulas ficam mais interessantes”, destacou Elizabete.

A pintura dos muros da Copa Grafite será realizada entre os dias 21 e 31 de outubro, e em novembro um júri especializado irá escolher o melhor grafite.

A equipe da TV Bandeirantes filmou e entrevistou dois estudantes da unidade escolar que participaram da oficina, mas a emissora ainda não divulgou a data em que a matéria irá para o ar.

Por Ana Paula Santana


Um comentário:

  1. Nós do Bairro Educador ficamos muito felizes tanto pelo apoio do MetrôRio quanto por poder levar esse projeto a Escola Municipal Eurico Salles. É muito gratificante ver o trabalho que a Diretora Luciana vem realizando junto com os professores e quem ganha com essa soma de esforços é a aprendizagem e a ampliação do repertório cultural. Parabéns.

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