Trabalhar a apropriação
e valorização do bairro, por meio de visitas ao maior cemitério da América
Latina, o Cemitério São Francisco Xavier, localizado no bairro do Caju e o
primeiro da cidade do Rio de Janeiro, é uma das atividades pedagógicas
propostas pela trilha educativa “Ilustres Mortais”, que envolve quatro unidades
escolares integrantes do projeto Bairro Educador e teve sua culminância no
último dia 11, na Vila Olímpica do Caju.
A culminância da trilha
contou com a participação de estudantes, responsáveis, representante da 1ª CRE,
corpo docente e parceiros do Bairro Educador, que potencializaram a ideia da
trilha.
“Ilustres Mortais” tem
como proposta resgatar a memória do Caju, por meio da visita dos estudantes a
túmulos aonde foram enterrados personagens da história e cultura do
Brasil. Além disso, a aula passeio integra o conteúdo curricular das
disciplinas escolares, através da exploração do cemitério como um espaço
turístico e educativo.
A professora da Escola
Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes, Cassiana Vidal, trabalhou com os
estudantes a questão do turismo cemiterial, que é referência em países como
França, Uruguai, Peru, Chile e Argentina, e que funciona como geração de renda
para os moradores do entorno, que também fazem a restauração do equipamento
urbano, o utilizando para estudos, pesquisas e lazer. Além de falar sobre a
cultura do povo mexicano, que promove uma grande festa quando alguma pessoa tem
uma morte natural.
“O Bairro Educador está
sendo uma ponte de motivação e auxílio para a escola. O Projeto Político
Pedagógico da unidade escolar trabalha a autoestima dos alunos, e a trilha os
estimula a ter orgulho do bairro onde vivem”, disse Cassiana ao ressaltar a
importância da trilha para a vida pessoal desses alunos.
A professora de
história e especialista em pedagogia cemiterial, Kate Rigo, afirmou que o maior
desafio deste trabalho é convencer o setor pedagógico de que o cemitério é uma
escola a céu aberto, pois trabalha a matemática, os variados estilos da arte
grega, por meio dos mausoléus, a geografia, ciências, filosofia e outras
disciplinas em um espaço diferente.
“A ideia de utilizar o
cemitério como um espaço de aprendizagem não é comum para a sociedade brasileira. A iniciativa da trilha
educativa é ótima, pois além de adquirirem mais conhecimento, os alunos começam
a valorizar a própria vida”, concluiu Kate.
Apresentação de dança dos alunos
Lucas Lima, estudante
do 6º ano do CIEP Henfil, nunca havia ido a um cemitério e através da visita
pôde ampliar seu conhecimento com relação a história do bairro onde mora desde
que nasceu.
“Tenho orgulho de morar
no Caju, pois além de ter a Vila Olímpica, há várias pessoas famosas enterradas
no cemitério”, ressaltou o estudante.
As atividades da trilha
“Ilustres Mortais” foram articuladas com os estudantes das Escolas Municipais
Marechal Mascarenhas de Moraes, Espiridião Rosa, Walter Carlos Magalhães
Fraenkel e CIEP Henfil, todas integrantes do Bairro Educador Caju, desde março
deste ano.
Por Ana Paula Santana
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