A pedagogia cemiterial começou a ser utilizada no ano
de 2006 pela Profª. Me. Kate Rigo numa escola da rede particular de ensino na
cidade Porto Alegre no Rio Grande do Sul. A ideia foi aplicada numa turma de
primeiro ano do ensino médio, que desenvolveu um projeto que tinha o objetivo
de estudar o espaço dos vivos a partir do centro histórico de Porto Alegre, e o
espaço dos mortos a partir da visitação do Cemitério da Santa Casa de Porto
Alegre. O resultado desta ação foi a formação de um grupo extraclasse de
pesquisa e de uma exposição fotográfica apresentada para a comunidade escolar.
Depois a temática cemiterial foi desenvolvida com uma
turma de ensino técnico de Design em uma escola particular de confissão
luterana. Consegui aliar o romantismo, arte neoclássica e modernismo para
apresentar o tema cemiterial, como resultado, um grupo de alunas elaborou um
artigo e apresentou o mesmo no II Encontro de Pesquisa Cemiterial que ocorreu
na PUCRS, em Porto Alegre.
Com o avançar do grupo de pesquisa da escola
particular de Porto Alegre e a partir do interesse dos participantes decidiu-se
incorporar o elemento cênico no estudo. Desta forma, o teatro seria um
instrumento de difusão da arte cemiterial e a partir disso nasceu o Grupo
Cemiterium: Teatro e Pesquisa. O Grupo Cemiterium deixou de ser um grupo
escolar em 2008, escreve suas próprias peças e atualmente possui uma sede
própria que conta com a participação de 12 integrantes ativos.
Além destas experiências apresentadas,
a Pedagogia Cemiterial já foi aplicada em mais 6 turmas distintas e com
culminâncias diversificadas, com isso percebemos que o cemitério pode ser um
excelente aliado na prática educativa. Nele podemos trabalhar diversos aspectos
da história, os períodos distintos da arte, com conceitos
da sociologia e suas diversas interações, com os conceitos de finitude, fé e
religiosidade na disciplina de Ensino Religioso; com conceitos de percepção da
morte. Além disso, se faz um debate intenso sobre a necessidade de se gerar
novas práticas em sala de aula para atender o adolescente contemporâneo que a
cada dia está mais inserido na realidade virtual e distanciado da realidade
real. Acreditamos que este tipo de prática propicie ao aluno e ao professor um
espaço de troca, identificação e de reflexão sobre os mais variados temas e
valores que perpassam nossas vidas e que são de fundamental importância para a
composição dos novos adultos que irão compor a sociedade do futuro.
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