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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pedagogia Cemiterial e a criação do Grupo Cemiterium: Teatro e Pesquisa


A pedagogia cemiterial começou a ser utilizada no ano de 2006 pela Profª. Me. Kate Rigo numa escola da rede particular de ensino na cidade Porto Alegre no Rio Grande do Sul. A ideia foi aplicada numa turma de primeiro ano do ensino médio, que desenvolveu um projeto que tinha o objetivo de estudar o espaço dos vivos a partir do centro histórico de Porto Alegre, e o espaço dos mortos a partir da visitação do Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre. O resultado desta ação foi a formação de um grupo extraclasse de pesquisa e de uma exposição fotográfica apresentada para a comunidade escolar.

Depois a temática cemiterial foi desenvolvida com uma turma de ensino técnico de Design em uma escola particular de confissão luterana. Consegui aliar o romantismo, arte neoclássica e modernismo para apresentar o tema cemiterial, como resultado, um grupo de alunas elaborou um artigo e apresentou o mesmo no II Encontro de Pesquisa Cemiterial que ocorreu na PUCRS, em Porto Alegre.

Com o avançar do grupo de pesquisa da escola particular de Porto Alegre e a partir do interesse dos participantes decidiu-se incorporar o elemento cênico no estudo. Desta forma, o teatro seria um instrumento de difusão da arte cemiterial e a partir disso nasceu o Grupo Cemiterium: Teatro e Pesquisa. O Grupo Cemiterium deixou de ser um grupo escolar em 2008, escreve suas próprias peças e atualmente possui uma sede própria que conta com a participação de 12 integrantes ativos.

Além destas experiências apresentadas, a Pedagogia Cemiterial já foi aplicada em mais 6 turmas distintas e com culminâncias diversificadas, com isso percebemos que o cemitério pode ser um excelente aliado na prática educativa. Nele podemos trabalhar diversos aspectos da história, os períodos distintos da arte, com conceitos da sociologia e suas diversas interações, com os conceitos de finitude, fé e religiosidade na disciplina de Ensino Religioso; com conceitos de percepção da morte. Além disso, se faz um debate intenso sobre a necessidade de se gerar novas práticas em sala de aula para atender o adolescente contemporâneo que a cada dia está mais inserido na realidade virtual e distanciado da realidade real. Acreditamos que este tipo de prática propicie ao aluno e ao professor um espaço de troca, identificação e de reflexão sobre os mais variados temas e valores que perpassam nossas vidas e que são de fundamental importância para a composição dos novos adultos que irão compor a sociedade do futuro.

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